Intensa tez

Carnaval, mascarado festival Carnaval, sob o véu cada qual é sempre o outro Carnaval, quantas faces no plural Carnaval, todo certo é igual a todo torto Cada um, cada qual Outro mais, outro igual Verde aqui, lá marrom Coração, eis um clown Rostos, um por um Vão entrar num alegre vagão No insano carrossel Rato e rei, cobra e cão Frade e frei, todos vão Colibri, jacaré, rouxinol, chimpanzé Rostos, bebe um, bebem dois Cai no chão, cai do trem, perde a mão Mas tu atrás do véu Carnaval, quanta carne em procissão Carnaval, bebe mais, deixa entrar o show é lindo Carnaval, e os olhares quantos são Carnaval, olha bem tem alguém ali sorrindo Carnaval, entre as sombras quem será? Carnaval, cada um sabe bem a quem engana Carnaval, Toda farsa valerá Carnaval, mas no fim tem alguém que te atazana

Vinde a mim Divina loucura Desce  do teu salto De sensatez Desfaz do pano, Desce  a roupa, Suja meus pés Livra minha boca Revolta meus cabelos Devolve-me ao centro Do que não fui Me leva, cega Vem...

Saudade só,  Conhecida Da perda, miséria pouca que consome Saudade da fome, da sede terçã Como fogo de febre, Saudade que fere, é chaga Danada fome É faca, ferida mal tratada Simplesmente abandonada É passado sem seu lugar Solitude , Não é nada.