Postagens

Mostrando postagens de abril, 2015

Dança em mim

Imagem
Nem esperava essa boca urgente Nem tinha em mente a carência, Nem o desejo represado Estava preso ao passado, Frio, tenso e protegido. Meu desejo sumido exasperou-se Com o baile dessa tua cintura Deixando-me louco, sem noção. Não esperava essa candura Seios arrepiados de tesão, Esses olhos louquinhos, Tanto carinho em minhas mãos. Dança em mim, diz A voz tremida, gozando. Pinga essa gota, pinga, vem... Não estava sonhando, estava ali Envolto nesses cabelos Soltos, quase molhados, Quase gozando, boca com boca, Rindo e chorando. Nem esperava tanto...

Convite

Imagem
Não tive coragem de te dizer “não” Agora é tarde, bem tarde Estalo os dedos, esfrego as mãos Me distraio com uma coleção De xicaras de café, diversos países Tantas histórias, nossas, do café Lindo local, lindo balcão Mas nada me aquieta, tenho impulsos De levantar e me ir. Vou-não vou? O bar é uma graça, eu sem graça O garçon me tira do transe “deseja mais um descafeinado?” Percebeu minha angústia e se afastou “traz a conta, por favor”. Atendi meu impulso, de ir embora. Mas você, na porta no bar, anunciava: “Agora é tarde, se acalma e fica.” Fiquei, azar. 

Brasa

Imagem
Quão obsceno e despudorado posso ser, me diga Se teu sopro em minha pele Me tira do ar,  seu toque malícia Imoral, indecente, me liga. Língua que percorre o meu corpo Suado e sedento Meu pecado treme em tua boca. Que pudores guardarei Se estremeço ao teu gemido Me engoles por inteiro, Eu, só de pensar, umedeço, E já não percebo Se me despem com os olhos E de inveja com tanta paixão. Não tem hora pra acontecer, É um eclipse, um vulcão A derramar em lava Perna abaixo, boca adentro. Quão obsceno e despudorado posso ser, Em que divindade pagã Posso me converter, Me diga.