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Mostrando postagens de novembro, 2014

Curva de rio

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Quem dera pudesse Registrar o sentimento Registrar o sofrimento Mostrar-te o quão difícil. É seguir em frente O quanto as coisas mudam Mas as cicatrizes ficam O quanto é frio e úmido O caminho a ser percorrido O quanto renasço a cada dia Na tentativa de não olhar pra trás Não há chaga que não cure Sem deixar suas marcas. O valor de tudo isso É o enorme aprendizado Que não sabemos quando começou Nem quando terminará Mas que não pode ser mudado. Não, não. Nada disso. Vamos seguir em frente Amadurecidos Vamos seguir caminhando Menos embrutecidos Vamos seguir cantando Enquanto a chuva fina, diminuindo, Esfria o tempo e traz o sol Ainda que por um tempo, Tímido, por detrás de uma núvem...

Coragem

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Meus pés no chão, na pedra fria Minha saúde vai bem, poderia Estar em dia com meus exames, Mas meu cardiologista me sorriu. Estaria mais feliz se meus pés Enrolassem teus cabelos, na cama fria Mas tudo bem, tudo sempre bem. Sobe a temperatura, desce a excitação. Caminho a passos rápidos Pela calçada da tua estação. Não pensaria duas vezes Em dizer para o motorista “Pare que eu quero descer”, mas não. Prossigo na vida, na cantilena, Porque acredito na fúria e na paixão Acredito no amor a duras penas, Mas me cobro um minuto de sanidade Veja bem, um minuto apenas O resto é saudade. Fuja comigo, liberta Que a estrada amanhece E a chuva se foi As ventas estão sempre abertas, E a pupila dilata de pura paixão Não consigo sair dessa tua Tento sempre uma volta, Mas volto ao princípio Tropeço no acaso E encontro o teu chão...

Praieira

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Quanto menos a noite pensa, Vai o dia chegar, vem o vento, O sol escorrega seus raios Imensa expectativa ficar Estendidamente ao seu lado Vendo esse momento Em que o sol virá. É mansa a manhã, indefesa Ainda mal dormida, refrescante. Por isso avança o sol Em sua pele arrepiada Sob o cobertor da noite que se foi. Um leve movimento espreguiça No contorno da madrugada, Já não há mais lua e estamos ali, Seu corpo treme, pouca luz, Pouca cor, muita ânsia. É o sol trazendo a tesão É o mar tão perto, tão longe, Não resisto ao chamado, Do sol lambendo seu corpo, Desde sempre houve lua, Desde sempre houve chão. Sob o manto do amor, Somos apenas pagãos.

O lado doce

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Grande amor, amor demais, Amor de todo o dia, todo meu Não fique triste se não lhe chegar A carta explicando o que aconteceu Sumi no mundo, nem me fiz de rogado Me perdi, não pude ficar ao seu lado, Muitas coisas que eu já não mais esperava Aconteceram, não exatamente como poderiam, Eu nem planejava. Fantasia e fúria, tudo junto no mesmo tormento, Não pude nem subir pra respirar, Você aconteceu em minha atormentada alma, Enquanto eu não sabia bem ao certo Pra onde jogaria as velas. Não chore não, por esse grande amor, Mantenha o queixo erguido e tenso Tenha esse olhar que me consome Sempre mira a proa do horizonte. Sem seu sorriso os jardins da pedra estão sem flor Não pense não, não pense mal de mim Nós não somos desta dimensão Nosso mundo girou bem mais depressa, E o amor quer era um, virou dois. Quem consegue entender essa aflição, De ter na mão aquilo que voou depois. Não faça nada, não estrague os planos, Saiba que nem tu

Frases Mortas - PretoMassa

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Banda nova, novidade no rock. Fazia muito tempo que não via nada realmente novo que me instigasse e resolvi dividir aqui. A poesia deles é forte, tem personalidade e não repete os clichês do mundo do rock. Vou publicar várias letras deles. Essa é uma delas (veja o som logo abaixo):  Frases Mortas As vezes me pego a pensar Em tudo que a gente já viveu Não é fácil  apagar, eu sei O que ‘marcou ruim’ e o que doeu Palavras são como punhais Que ferem fundo até chegar na  alma Se nascem do rancor Palavras são como punhais Que ferem fundo até chegar E a alma amarga calmamente o peso dessa dor Suas frases mortas como flores num jardim sem água Na verdade tudo não passou de choro e mágoa Peço que não me procure pois pra mim não é seguro Sinceramente? O que corpo sente não é… não é… não, não. As marcas que ficaram dizem o que sim e o que não (que não) As marcas que ficaram confundem minha intuição Palavras são como punhais Que ferem fundo até chegar na  alma

Destinos cruzados

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Um ritual que não se acaba Um amor que não finda Uma vida inteira a beira De um caminho que não termina Um desalento, um norte Um vento forte, seguirei Mostrando à vida, os dentes Melhorei por certo, Mais gente, mais humano, menos desejos Mas um grito se renova De novo estamos na roda Da roda viva das palavras Da imensidão dos gestos Um novo começo Um novo canto que gira Uma vida inteira, um norte Um desalento,sorte Partam-se os caminhos ...